domingo, 6 de janeiro de 2013

Era 30 de fevereiro.

As palavras que estão correndo pelos teus olhos agora por muito tempo estavam caladas, eu diria que por muitos dias. A vontade imensa de querer deixá-las fluir é Grande. Eu gostaria muito de estar em contato com a natureza agora e que as palavras pudessem  gravar-se e formar-se sozinhas no subconsciente, e que simplesmente ficassem por lá. Eu passo horas imaginando como seria poder nos desconectar de tudo isso, dessa vida digital á qualquer preço, desse ar assombroso que nos arrepia, e das faces vistas todos os dias, das aparências fantasmagóricas, dos mesmos gestos monótonos de pessoas que perderão a alma bonita. E se mudarmos o cronograma? Fugir desse itinerário chato  que só nos incomoda. Por que não? Poderíamos todos seguir o famoso Carpe Diem (aproveite o dia). Será apenas uma impressão ilusória ou é verídico que todos nós sempre insistiremos numa ação repetitiva todos os dias para não nos ocuparmos vulgo ficarmos cansados em pensar em algo novo e que beneficiaria a nós mesmos? Sabe o que há? é simplesmente mais fácil manter os dias como estão, cansativos e cheio de métodos chatos, do que dar um pequeno passo para o diferenciamento. Eu quero uma xícara de Café; Hoje eu quero andar de monociclo; Que tal pular de Bang Jump? Eu quero uma partida de PaintBall. Por que não ir andando até o destino esperado? ... Hoje a noite eu não quero a novela de 40 Minutos das 9:00, deitaremos no jardim e veremos a lua trocar de lugar com o Sol. Eu quero poder contar as estrelas. Amanhã de manhã iremos andando por que a sua companhia nunca me abandona eu sei e sinto isso. Eu acordei com a incerteza se meu cabelo estava arrumado ou não e obviamente não estava, saímos juntas para passear e eu reparei que não haviam reflexos, procurei por espelhos de carro, retrovisores, ou vitrines bonitas, afinal estamos sem nenhum meio de transporte hoje. Você havia me dito que ir á fundo para o diferenciamento iria me fazer bem e aqui estamos caminhando com passos lentos á procura de qualquer reflexo. {...} Os dias como de costume passam lentos e tediosos, e quando chegam no final não há lugar mais venerado que o lugar onde se mora, onde se vive. No caminho para casa novamente abandonamos o transporte e voltamos juntas, o sol é penetrante e continua forte, o fardo e o cansaço estão dominantes hoje. Ela me diz que devemos parar para comer um belo churros nescrado, e comemos juntas, com o olhar na mesma direção analisamos os rostos tristes e cansativos, como se o ultimo suspiro não chegasse nunca e aquela dor interminável fosse mesmo Interminável. Estávamos satisfeitas e resolvemos voltar, como sempre preocupada com como estava o meu rosto e se o brilho labial ainda estava lá, não pude e nem conseguimos encontrar nenhum reflexo, os raios de sol estavam fortes, e ela dizia que eu estava linda e realmente estava, que cabelos livres, cheios de expressão. Naquela manhã eu não precisei me olhar em nenhum reflexo para saber se estava linda, acordei tendo toda certeza.. Para minha enorme felicidade, me preocupar em diferenciar os dias não foi tão difícil assim, tive a melhor companheira que se podia ter, ela era como eu, pensava como eu, adorava churros assim como eu, e sempre olhávamos para o mesmo ponto. Querida Sombra obrigada por fazer-me esquecer de todos os reflexos contidos por todos os lugares em que passamos, bastava-me olhar para ti para poder lhe admirar e lhe dizer o quanto éramos belas pois a admiração e a satisfação eram recíprocas.

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